quinta-feira, 6 de setembro de 2012

DO MEU DIÁRIO

INÊS FERNANDES
Foto CPP
Charneca da Cotovia, 6 de Setembro de 2012 – Ontem falei aqui de David Grachat, um nadador paralímpico português, cujas prestações desportivas honram os portugueses e Portugal.
     Hoje é o dia de enaltecer Inês Fernandes, que ficou em 4º lugar no lançamento do peso F20, quase quase a subir ao pódio para receber o bronze, que, certamente, outro atleta mereceu. Seja como for, Inês Fernandes merece o nosso mais vigoroso aplauso e reconhecimento. Um quarto lugar, ainda que não dê direito a hastear a bandeira e a tocar o hino, não deixa de ser um quarto lugar. Agora há que trabalhar e esperar pelas oportunidades dos jogos do Rio, em 2016.
     Quando comecei a escrever este texto, tinha a intenção de cascar no jornal “A Bola”, que leio com regularidade há várias décadas, embora com intermitências. E cascar n ‘ “A Bola” porquê? Pela pouca visibilidade que dão aos atletas paralímpicos, em detrimento do futebol e de outras modalidades, mas fundamentalmente do futebol. Agora até o futebol americano vai ter mais visibilidade no jornal fundado por Cândido de Oliveira e que também já foi de José Olímpio, Carlos Pinhão e tantos outros ilustres praticantes desta velha “flor do Lácio”.
     Eu sei que as empresas existem para dar lucros e que devem desaparecer no dia em que começam a dar prejuízos. Pelo menos é isto que ensinam nas escolas aos nossos jovens nos cursos de gestão e de marketing. Compreendo que a tristeza de Cristiano Ronaldo venda mais, apesar de ter meio mundo a seus pés do que a tristeza de Inês Fernandes, que por um só lugar não subiu ao pódio. Provavelmente, Inês Fernandes treina todos os dias com enormes sacrifícios e tem uma bolsa infinitamente inferior ao ordenado diário de Cristiano Ronaldo. 
      As tristezas e alegrias de Inês Fernandes, empregada fabril e atleta, não vendem como qualquer desabafo de Cristiano, que, obviamente, também não é culpado. Culpadas são as desigualdades, as iniquidades do mundo.

1 comentário:

  1. Corrijam o erro de concordâcia: A Bola dá e não A Bola dão. Trta-se de um "lapsus calami".

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