domingo, 23 de setembro de 2012

DO MEU DIÁRIO


Santa Iria de Azóia, 23 de Setembro de 2012 – O outono chegou com água, como é esperável todos os outonos. Cumpriram-se os tempos da Natureza e nada aconteceu por obra e graça da fé de Assunção. Chegou com água este outono, que se deseja muito molhado e prolongado, mas sem aqueles excessos que obrigam os habitantes do Vale do Tejo a subirem para os telhados das suas casas.
     Eu já li esta manhã que esta água vai lavar muita coisa. Era bom que a premonição do JAR se concretizasse. Na verdade, é desejável chuva forte, que limpe a muita “porcaria” que tem sido metida nas ventoinhas. Portugal deseja-se um país credível, generoso, solidário. Temo, todavia, que a limpeza seja profunda. E nunca o será totalmente.
     A TSU, que tantos sarilhos têm causado, parece ter substitutos: um aumento no IRS e uma sobretaxa num subsídio qualquer. No fundo, os trabalhadores por conta de outrem continuam a ser os visados. Poderão sempre argumentar com a universalidade da receita, ainda que toda a gente saiba que cem euros podem fazer mossa em inúmeros orçamentos familiares, enquanto que para Mexia, Carrapatoso e Catroga, esses cem euros serão sempre os célebres pentelhos do último dos nomeados.
     Esta insensibilidade social, este empobrecimento sem sentido, este desamor aos portugueses e a Portugal, merecem forte castigo. Que terá que ser infligido pelos portuguesas, porque já sabemos que a Natureza não se encarrega destes negócios.

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