quinta-feira, 27 de setembro de 2012

CARLOS DE OLIVEIRA

Oléo de Mário Dionísio (NET)

Lisboa, l de Julho de 1995 - Carlos de Oliveira morreu há catorze anos. Que a terra e o tempo lhe sejam leves, como leves tornou as palavras, mesmo quando lhes deu a têmpera do aço.
      Porventura uma das vozes mais originais da literatura portuguesa do séc. XX, o autor de Micropaisagem introduziu na poesia o conceito de trabalho oficinal. E, provavelmente, mais do que ninguém, contribuiu para derrubar o mito romântico do poeta como ser inspirado por Deus.
     Ainda que não seja dado a profecias, não hesito em afirmar que Carlos de Oliveira há-de perfilar-se um dia entre os grandes artistas da palavra de língua portuguesa, enquanto que os pigmeus que deliberadamente o esquecem hão-de apodrecer inexoravelmente nas despensas húmidas e esconsas das bibliotecas.

Sem comentários:

Enviar um comentário