quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Paris, 1 de Novembro de 2012 – O dia acordou cinzento e frio, facto que não é propriamente uma novidade em Paris, no Outono. No entanto, não choveu tanto como a meteorologia prometia e o sol, medroso, ainda foi aparecendo. Intermitentemente, portanto. O sol, a quem o nosso Cesário chamou “grande colorista”, permitiu-me observar as belas cores outonais que apresenta o “Jardin du Luxembourg”, onde foi construído, por vontade de Maria de Médicis, mãe do futuro rei Luís XII, um belíssimo palácio de gosto florentino, onde actualmente tem sede o senado francês.
     Para trás já ficaram o “Jardin aux Fleurs”, a “Notre Dame”, “Saint Michel” e a área circundante, onde agora há um comércio de matriz oriental. Sinal dos tempos. Sinal dos tempos será também o irreconhecível “Jardin aux Fleurs”, onde há lojas fechadas. A póspera e generosa França tem hoje as suas dificuldades e a paranóia da austeridade é praga que se propaga ou multiplica. Se vivermos mais alguns anos, talvez possamos ver a póspera, arrogante e pouco solidária Alemanha em papos de aranha.
     Em “Saint Michel” há também uma restauração relativamente nova, de sanduíches e afins, onde se nota a ausência dos franceses. Nomeadamente daquele jeito pícaro do “garçon”, sempre com uma graçola na ponta da língua. “Saint Germain” permanece praticamente imutável. O inconfundível bom gosto dos cafés e restaurantes, que também é bem visível em “Montparnasse”.
     E no interim, os barcos navegam no Sena, carregados de turistas rendidos ao fascínio da Cidade Luz.

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