sábado, 17 de novembro de 2012

DO MEU DIÁRIO

Jerusalém vista do Monte das Oliveiras

Santa Iria de Azóia, 17 de Novembro de 2012 – Quando eclodiu a chamada “guerra dos seis dias”, em Junho de 1967, eu tinha 15 anos e era ainda um crente fervoroso. Fiquei maravilhado com a limpeza com que Israel venceu os árabes, ou seja, a Síria, o Egipto e a Jordânia. No fundo, não sei bem porquê, fiquei contente com a vitória de Israel, que era assim como que uma vitória do bem contra o mal.
     Eu nunca achei muita piada - e talvez aqui esteja uma explicação para a minha adesão à causa de Israel – às expulsões dos judeus de Portugal e a outras perseguições de que tinham sido e continuaram a ser alvo ao longo da História. Atreito a dar-me e/ou a encontrar-me do lado dos mais fracos, rejubilei, portanto, com a vitória de Israel sobre o Egipto de Nasser e sobre o restante mundo árabe. De facto, não deixava de ser prodigioso, para um jovem de quinze anos, aquele modo rápido e eficaz de fazer as coisas.
     Eu sabia da existência de um país chamado Israel, mas nada sabia do caminho percorrido até à sua independência em 1948. Depois fui lendo e cheguei à Declaração Balfour de 1917, ou seja, ao comprometimento da coroa inglesa perante Rothschild, um representante do sionismo e da banca mundial, de que tudo faria para dar um “lar” aos judeus. Depois fiz outro caminho: parti da declaração Balfour e vim andando até 1967. Afinal de contas, o Estado de Israel não era o paraíso terreal e fui construído à conta da destruição do povo da palestina.
     Em momentos mais irreflectidos, terei sido muito radical acerca de Israel. Reconheço que Israel tem direito a um território pátrio e que teria de ser naquela região do mundo. Não podendo coabitar israelitas e palestinos, ainda que em termos antropológicos sejam a mesma gente, havia que encontrar uma solução para ambos os povos, justa e exequível. Porém, com a ajuda dos que promoveram e assinaram quase de imediato a Declaração Balfour, Israel tornou-se um “grande” potência regional, que conta com imenso poderio militar.
     E como sou atreito a estar ou a dar-me com os mais fracos, mudei de campo, decorria o ano de 1970, quando vivia em França, nos arredores de Paris. E continuo a pensar que Israel tem direito a um solo pátrio, tal como os palestinos. Naquela parte do mundo, obviamente.           (continua)


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