Santa Iria de Azóia, 16 de Novembro de 2012 – Anteontem, Portugal assistiu a uma das maiores greves gerais da sua História recente; no entanto, acontecimentos exógenos à iniciativa da CGTP fizeram com que o êxito da paralisação e das muitas concentrações e manifestações fosse obscurecido. Reporto-me, concretamente, aos acontecimentos ocorridos defronte da Assembleia da República depois do discurso de Arménio Carlos.
Quando saí do local, ainda discursava o Secretário-Geral da CGTP-IN. E saí em boa hora, porque fiz a pé o trajecto entre a Assembleia da República e a Alfândega, onde tinha deixado o carro, sem quaisquer problemas. E ainda aproveitei para fazer algumas fotografias junto ao Tejo.
Não presenciei, portanto, quaisquer desacatos. Desacatos que condeno vivamente, mas que sei que se irão repetir, no futuro. Porque há interessados neste tipo de incidentes. Basta olhar para o que fizeram as televisões e os jornais e também os detentores do poder e aspirantes ao mesmo, para se perceber a quem interessam os desacatos. Serviu-lhes para apagar, em parte, os efeitos da grande paralisação geral. Falou-se dos desacatos, esqueceu-se a Greve Geral.
Ao mais alto nível do Estado, deste Estado deletério a que chegamos, fingiu-se que se trabalhou muito; porém, não é com o produto do trabalho dessa gente que o pão há-de aparecer em cima da minha mesa. Alguns deles têm responsabilidades políticas directas no actual estado das coisas.
No que concerne à Greve Geral, fizeram de conta que não existiu. Fizeram só de conta, porque sabem que foi grande e que maior seria se o trabalho dos portugueses fosse tido em boa conta por quem nos governa. Eu também vi o comércio retalhista de portas abertas; também vi, todavia, muitas portas fechadas. Definitivamente fechadas ou que hão-de ficar fechadas durante anos. Infelizmente.
Com a tomada de posse deste governo abriu-se a caixa de Pandora. Só a exoneração deste mesmo governo poderá abrir novos caminhos a Portugal.
Sem comentários:
Enviar um comentário