terça-feira, 6 de novembro de 2012

DO MEU DIÁRIO

Santa Iria de Azóia, 6 de Novembro de 2012 – Dir-se-ia que a coisa se está a pôr a jeito: quem, doravante, chamar nomes feios ao senhor primeiro-ministro, corre o risco de ser inquirido pelo ministério público. Consumando-se a ameaça, ou o critério do ministério público é muito vasto, ou vai ficar entupido num abrir e fechar de olhos. E a democracia leva mais um rombo.
Ponsul
    
Há um ditado em português que diz: “ quem não quiser ser lobo, não lhe vista a pele”. Se o indivíduo que ocupa o cargo de primeiro-ministro é desastrado, não se pode dizer dele que seja certinho; se diz uma coisa na oposição e faz outra quando chega ao governo, não lhe podemos chamar amante da verdade; se nomeia um governo com poucos ministros a fim de conter as despesas, mas nomeia depois comissários para não sei quantas comissões, não o poderemos apontar como um modelo de transparência e seriedade política; etc.
    
     O indivíduo Passos Coelho interessa-me tanto como a água que corre no rio Ponsul. Porém, o indivíduo que chefia o governo do meu país e me obriga, a mim e aos meus concidadãos mais desprotegidos, aos mais inúteis sacrifícios, não me pode merecer qualquer tipo de consideração. No dia em que adoptou as primeiras medidas que contrariavam o programa com que se apresentou ao acto eleitoral que lhe deu a maioria que lhe permitiu formar governo, deixou de ter legitimidade democrática. E esta, por enquanto, é conferida aos mandantes pelo povo soberano. Em eleições!

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