quinta-feira, 22 de novembro de 2012

CASTELO BRANCO

Castelo Branco é cidade
De muito frio e calor.
Rica terra, na verdade,
P’ra viver c’o meu amor.

Nesta cidade vivi
Minha casta adolescência;
Tão casta que até perdi
Os restos da inocência.

Tinha duas fabriquetas,
Onde a matar se aprendia,
Dois jornais, alguns poetas,
Cheirinho a democracia.

Tinha dois chuis à civil,
Que acorriam ao Vidal
À cata de prosa vil;
Era assim, era normal.

E tinha o padre Anacleto
Que conferia à cidade,
Com o seu estilo reccto,
Um tom de fraternidade.

in QUADRAS QUASE POPULARES, Ulmeiro, Lx., 2003

Sem comentários:

Enviar um comentário