quinta-feira, 27 de junho de 2013

RECENSÃO DE JOSÉ DO CARMO FRANCISCO



«Quadras populares – umas sim, outras quase» de Manuel Barata
Manuel Barata (n. 1952) vive neste livro o fascínio da quadra popular,
comum a tantos autores como Fernando Pessoa, Alves Redol, António Aleixo ou
José Correia Tavares: «José Correia Tavares / Um bom poeta beirão / Escreve
quadras populares / Que são tiros de canhão».
Já na antologia «Cancioneiro do Ribatejo» Alves Redol explicou o paradigma
da quadra popular citando Rodney Gallop: «há nela um misto de sinceridade,
nitidez, concisão, espontaneidade e humanidade comunicativa».
O ponto de partida deste livro de Manuel Barata é o tempo: «Este sol de
Primavera / Aquece-me o coração / Ó meu amor quem me dera / Que fosse
sempre Verão!». A seguir o tempo está inserido numa determinada geografia:
«O Alentejo é um país / Um país em Portugal / Anda enganado quem vê / A
paisagem sempre igual». Entre o tempo e a geografia, surge a viagem e o
amor: «Eu sei bem para onde vou / Não me engano no caminho / Meu coração
encontrou / Um outro que está sozinho».
O objectivo final deste como o de qualquer livro é vencer o esquecimento.
Seja pela escrita da quadra («Até as quadras singelas / Com seus acentos e
rimas / Quando perfeitas e belas / São bonitas obras-primas»), seja também
pelo verso feliz: «Um só verso bastaria…/ Perfeito e original / Um só
verso que faria / Minha ventura total».
(Editora: Fólio Exemplar – Apartado 40112 1516-801 Lisboa, Paginação:
Ana Nunes)
José do Carmo Francisco
http://transportesentimental.blogs.sapo.pt/

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