segunda-feira, 3 de junho de 2013

APONTAMENTOS

     O senhor secretário de Estado dos Transportes abandonou uma reunião – ou coisa do género – quando um grupo de manifestantes o impediu de usar da palavra, em condições normais. E terá dito o senhor secretário de Estado, que respeitava o direito de manifestação, mas que os manifestantes também teriam que respeitar os outros.
     No plano estritamente teórico, eu concordo com o senhor secretário de Estado; porém, há um pequeno senão no que concerne aos membros deste governo. Pertencem a um governo que adoptou um programa que não foi sufragado em eleições; pertencem a um governo que teve influência decisiva na elaboração do execrável ”memorando”, através de Eduardo Catroga, e tem agora o desplante de dizer, através do ministro das finanças, que foi mal desenhado; pertencem a um governo que elegeu os funcionários públicos e reformados e aposentados como os principais pagadores da crise; pertencem a um governo que impõe austeridade e mais austeridade e admite 4463 colaboradores para os gabinetes dos membros do governo; pertencem a um governo que desrespeita a Constituição; etc., etc., etc.
     Este senhor secretário de Estado ainda não percebeu o óbvio, ou seja, a falta de legitimidade do governo a que pertence.
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     Fico sem saber se o grande acordeonista, Alziro Galante, era da Orca ou de Zebras. Da Orca ou de Zebras, Alziro foi um grande acordeonista, que animou bailes e festas de casamento e outras, no distrito de Castelo Branco.
     Lembro-me deste acordeonista desde a minha mais tenra infância. Era o virtuoso do acordeão; era aquele que todos queriam ter o privilégio de ouvir; foi aquele que contribuiu para abrilhantar festas e espalhar alegria pelas aldeias e vilas da Beira Baixa.
     Ganhou a vida tocando o seu instrumento de eleição, com a garra dos predestinados. Enquanto artista, agora que nos deixou, que a terra lhe seja leve, como leve e feliz fez, por horas ou dias, a vida de muitos homens e mulheres da nossa Beira natal.
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      Não sei ao certo o que se passa com a falta de medicamentos nas farmácias, mas desconfio. Alguém me dizia há dias que os melhores negócios eram os do petróleo, armamento, droga, prostituição e indústria farmacêutica.
     Será isto mesmo verdade? Não sei, mas é capaz de ser!

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