domingo, 8 de dezembro de 2013

DO MEU DIÁRIO


Santa Iria de Azóia, 9 de Fevereiro de 1997 - Margarida Vieira Mendes, académica de prestígio, foi hoje a enterrar. Ou talvez ontem. O DN de sábado(?), muito sucinto, anunciava a morte da Professora, na sua residência, de cancro.

     Conheci a Professora Margarida na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde ensinou, entre outras, a cadeira de Literatura Portuguesa II, incidindo o estudo em autores como Gil Vicente (outro morto, Osório Mateus, dizia simplesmente Vicente), Camões e António Vieira. Deste último, Margarida Vieira Mendes era, indubitavelmente, um dos maiores especialistas.

     Apesar do seu imenso saber, Margarida não era uma boa comunicadora e repetia até à exaustão a sua bengala “ os alunos perceberam? “.  Tinha, todavia, uma qualidade única: consciente da incientificidade das matérias que ensinava, classificava treze - catorze, catorze - quinze, onze - doze. Não por insegurança, mas para não ser injusta. Por esta e outras razões, guardarei para sempre uma grata recordação da Professora Margarida.

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