segunda-feira, 27 de agosto de 2012

DO MEU DIÁRIO


Santa Iria de Azóia, 25 de Agosto de 2012 – António Borges, economista de nomeada, conselheiro de Pedro Passos Coelho, o primeiro-ministro de Portugal, falou há dias ao país do melhor plano para tratar da saúde à RTP. Fez a exposição numa estação de televisão privada e em entrevista concedida a uma profissional independente.
      Borges tem trabalhado para excelentes instituições e tem um currículo invejável. Trabalhou para o bondoso FMI e para a não menos bondosa Goldman Sachs, que têm ajudado os países desinteressadamente a resolver os seus problemas económicos e financeiros. A fama da instituição criada por Marcus Goldman ultrapassa em muito a do Brandy Constantino e diz quem sabe que governa o mundo, através dos bondosos mercados, sem os quais o mundo seria incomensuravelmente pior, porque não haveria esta ordem unipolar que toma conta de nós, exemplarmente. Borges tem trabalhado em excelentes casas, ou melhor dizendo, companhias.
     E se calhar – eu uso e abuso do se calhar, que sempre cai melhor na frase do que um supónhamos -, pediram-lhe que viesse para a lusa terra, a fim de poder pôr a sua larga experiência ao serviço da lusa gente. Não é ministro, mas é como se fosse, e, homem habituado a trabalhar muito, concilia duas actividades sumamente importantes, que são a de conselheiro do governo para as privatizações e a de consultor (?) no grupo que detém os supermercados Pingo Doce.
      Anda por aí um arruído desgraçado, só pela comezinha razão do senhor ter indicado os caminhos que, seguramente, são os melhores para a televisão pública, um sorvedouro de recursos, que os gestores privados, segundo Borges, saberão administrar melhor do que os gestores públicos. Eu não percebo este povinho e aqueles que pensam ter opinião, mas que só sabem descascar em quem ousa fazer bem. Haja decoro!


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