C. Branco - Edifício da CGD
Santa Iria de Azóia, 24 de Agosto de 2012 – Acabados os cursos de Electromecânica, Serralharia(?) e Geral do Comércio – e ainda as chamadas secções preparatórias, de dois anos para a indústria e um ano para o comércio, quem quisesse e pudesse - creio que eram exigidos 14 valores de média – podia continuar os estudos nos institutos industriais e nos comerciais, que conferiam diplomas de cursos médios a quem os finalizasse. Tinham a duração de três anos. Nos institutos comerciais havia ainda outra variante, que consistia em fazer dois anos que davam equivalência ao antigo sétimo ano dos liceus, possibilitando o ingresso aos melhores no prestigiado curso de económicas e financeiras, que era o curso de Salazar como então se dizia.
Dir-se-ia que as escolas e os institutos industriais e comerciais alimentavam as necessidades da indústria e do comércio e serviços, formando operários especializados e futuros chefes nas áreas da electrocnia e da serralharia e guarda-livros, empregados de escritório, de seguradoras, de bancos e da administração pública, etc. Às licenciaturas poucos chegavam. Chegou Cavaco Silva, por exemplo, que foi aluno da Escola Comercial de Faro, do ICL e posteriormente do ISCEF, que em Lisboa era na rua do Quelhas, a dois passos de S. Bento.
Vistas bem as coisas, os estudantes do ensino técnico-profissional que concluíssem os cursos dos institutos, nomeadamente os da indústria, tinham tantos anos de escolaridade como os dos liceus que completassem cursos superiores. Mas era por de mais evidente que o grau de licenciatura estava destinado aos filhos das famílias ricas – que às vezes davam ricos burros -, das famílias da burguesia com escolaridade, das famílias com tradições militares, etc. E também, porque nos liceus havia um elevado grau de exigência.
Apesar de tudo, as escolas técnicas e os institutos formaram excelentes profissionais, alguns dos quais ainda pontificam em lugares de destaque nas empresas.
a) Este texto vai ter continuação.
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