quarta-feira, 24 de abril de 2013

DO MEU DIÁRIO


Santa Iria de Azóia, 25 de Abril de 1999 - Este ano decidi comemorar os 25 anos da Revolução de Abril. Ontem, fui a um jantar de sindicalistas e afins. Hoje, desci a Avenida da Liberdade com o povoléu. Dir-se-ia que retomei - mas eu nunca os abandonei! - os caminhos de Abril.

     No jantar de sindicalistas, encontrei velhos combatentes de muitas causas que, com mais anos em cima do pêlo, comemoram, contentinhos, as bodas de prata do dia da libertação. Uma excepção meritória: Marreiros Mendonça. Continua de ganga e libertário. Mas já sem brilho e algo resignado. Convocaram-se alguns mortos e repetiram-se lugares-comuns. Nicolau Catita voltou a dizer Régio. Rolando Teixeira, que falou sentado, disse coisas pertinentes, mas, na sua qualidade de convidado, foi prudentinho e educado. Carlos Santos e Nunes dos Reis, decerto habituados a melhores ementas, saíram antes do repasto começar.

     A Avenida da Liberdade encheu-se de povo e dos míticos cravos vermelhos. Gritaram-se gastas palavras de ordem e cantou-se a Grândola Vila Morena. Com pouca energia, diga-se. A começar por mim, a quem já vai faltando o pulmão.

     No Terreiro do Paço, subiram à tribuna os “habitués”: Reis, Proença, Tomé, Amado(a), Andrez, Silva(s), Lourenço. Todos de costas para o Tejo. Só Lourenço falou para rememorar a data e a gesta dos capitães.

     Só não percebi por que razão lembrou aos presentes o esbirro Milosevic. Então a comemoração não era só portuguesa?

     Apesar de tudo, 25 de Abril, SEMPRE!

PS – O Zé Pinho, que foi meu contemporâneo na FL, disse-me que vai abrir uma livraria no Bairro Alto.

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