quarta-feira, 17 de abril de 2013

DO MEU DIÁRIO

Santa Iria de Azóia, 17 de Abril de 2013 – O meu amigo Vítor Morais é um romancista, que tem apenas um romance publicado, mas que podia ter três, três ou mais, onde não faltaria o humor e a arte narrativa. O Vítor aventa a possibilidade de deixar a escrita, porque publicar e dar a conhecer o trabalho literário é tarefa cada vez mais difícil. E é pena, que o país precisa de humor e de boas histórias bem contadas, para vencer esta enorme crise, que parece querer-se tornar uma endemia.
     Retomo este texto, que interrompi ainda antes do meio-dia, que a Malveira chamava por mim. Almoço com o Vítor, que ainda transformou a parte final em “workshop”, porque pensava que eu não sabia fazer nada em matéria de cozinha. Lá tive de explicar que ainda antes dos vinte anos, na terra de Rabelais, aprendi a cozinhar com a minha mãe, por necessidade do nosso pequeno agregado familiar.
     Estes encontros nem contam pelo que se come e bebe; valem, sobretudo, pelo são ambiente e pela camaradagem. Pelo que vamos recebendo e transmitindo, em matéria espiritual. Ainda que a mesa, como observou, creio, frei Amador Arrais, seja um óptimo espaço de convívio. Ou, soit disant, a mesa ajuda ao diálogo, ao convívio à preservação e aprofundamento da amizade.
     Diz agora essa prestimosa instituição, que dá pelo nome de FMI, e que Portugal ajudou a criar, que a crise se vai tornar numa anemia. Eu não sou adivinho, mas a última palavra que escrevi esta manhã, antes de rumar até à Malveira, foi anemia. Dá-me a sensação que, por este andar, ainda acabo como comentador da rádio ou da “televisão”.
        

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