sábado, 15 de dezembro de 2012

O MEU TEMPO É OUTRO
I
E logo hoje,
Que eu precisava tanto de um dia azul,
Alegre e límpido,
(oh, se precisava!)
A Natureza me submerge de cinzento,
Tristeza e bruma.

Que mal te terei feito,
Pergunto-te,
Para me tratares assim,
Ó grande Mãe?!

Porque contrarias,
Tão pertinazmente
Os meus desejos simples
De azul, alegria e limpidez?

Porquê?

Eu aprecio imenso
Eu aprecio imenso
As fotografias geladas
E brumosas
Dos blogues
Da Papu
E do Daniel Abrunheiro.

Porém,
Trago em mim a ansiedade
Das amendoeiras floridas
No fim de Fevereiro.

III
Definitivamente,
O meu tempo é outro:
Abril
Com suas águas mil
 (ó grande António Machado!);
Maio
Com todas as flores;
Junho
Com os primeiros figos
E cerejas maduras.

Definitivamente,
O meu tempo é outro.

in FRAGMENTÁRIA MENTE, Ed. Alecrim, 2009 

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