quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

AI, ESTE TERRÍVEL NÓ NA GARGANTA

Edvard Munch (1863-1944)

Ai, este terrível nó na garganta!...
Este nó que silencia o espanto e o grito
E me impede de te falar, amor,
Dos dias de sol, da ternura e da alegria.
É um nó infame este nó, que me rouba,
Quotidianamente, o sentido da vida.
Este ostensivo e miserável nó, amada,
Sufoca-me, estrangula-me, mata-me!
Eu queria libertar-me deste sórdido nó,
Mais eficaz do que todos os muros,
Que obscenamente nos devolvem
O eco dos nossos gritos e do nosso espanto.
Eu queria muito, eu queria tanto, amiga,
Aquela voz antiga, livre e límpida!


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