terça-feira, 28 de maio de 2013

APONTAMENTOS

    

     Et voilà, messieurs et Mesdames, le grand moment est arrivé: “le moment de l’investissement”!
     Não sei bem em quê, porque os investidores privadas não vão em cantigas. Também não creio que possam ser retomados os socráticos projectos do TGV e do Aeroporto do Poceirão, adiados para as calendas gregas, ou seja, para o dia de São Nunca à tarde.
     De resto, de quando em vez, o ministro Álvaro - e agora também o ministro Gaspar – faz estes anúncios aos tolos – antes cartas aos coríntios como S. Paulo -, mas depois volta tudo à estaca zero, até serem anunciados os novos números da desgraça: do aumento do desemprego, da queda do consumo e do PIB, do aumento da dívida e do consumo de calmantes, ansiolíticos e coisas afins, etc.
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    Ainda não pingam, mas já sabem a sardinha, ou seja, já têm aquele paladarzinho que as torna inconfundíveis. São assim como o queijo-chulé, que marcou indelevelmente a minha infância.
     Meu pai trabalhava na construção civil e minha mãe, para ajudar o orçamento familiar, trabalhava no campo, executando os mais diversos e penosos trabalhos. E eu, que tinha por trabalho brincar e ir à escola, ficava todo o dia entregue a mim mesmo, com pão e queijo e laranjas. Ou outra fruta da época.
     As sardinhas eram comidas com parcimónia. Apesar de tudo, era o peixe fresco que aparecia todos os dias na Mata. O sardinheiro era dos Escalos de Baixo e era coxo. Por vezes também trazia excelentes chicharros e até peixe-espada. Era comida de gente pobre, curiosamente.
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     Vai começar brevemente uma nova acção de controlo fiscal, em forma e em força. Ainda que com nome velho. É a operação “locomotiva”, segundo ouvi dizer. A outra teve algum impacto; porém, cheguei a saber se o IRS e o IRC da dita operação foi liquidado e cobrado pela administração fiscal. Certamente.
     Tudo o que se faça para haver uma maior redistribuição e equidade fiscal, virá por bem. Estranho, todavia, que a ideia só ocorra quando tudo está de pantanas. Opções troikanas-gasparianas, que estas coisas só se fazem depois da troika estar devidamente notificada.

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