segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

LONGE DO BRUAÁ



Longe do bruaá e do movimento da grande cidade,
passeio nas ruas do meu bairro,
onde, de todas vejo o Tejo
-essa porta larga de tantos sonhos e desesperanças-,
ora azul, ora prateado.
E também passo pelo olival,
Onde limpos, os donos levam seus cães a defecar.
                              
Nessas horas de convívio feliz comigo e com a Natureza,
Esquecido do tempo ido
e com o futuro pouco preocupado,
penso quão livre tenho sido
e quão fecunda podia ter sido a minha vida.

Só eu sei quão grato para mim seria
Deixar um verso para o futuro recitar;
mas sei também que outros pardais mais ágeis
se perfilam  para esses ousados voos.

Cada dia que passa mais me apraz a solidão
e deixo o tempo passar, placidamente,
que é assim, placidamente, que o tempo deve passar.


Até um dia. Até um dia... 

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