sábado, 9 de fevereiro de 2013

ISTO ESTÁ A PEDIR CHUVA


“O que está acontecer, Manuel?”, perguntas-me, dear Feicebuque, de forma sorrateira e ronha. Não sei que ideia fazes de mim – e garanto-te que pouco me interessa a ideia que possas fazer de mim - ,mas deves pensar que eu sou assim uma espécie de oráculo de Delfos.
     É claro que sabia que os bandeirinhas estavam reunidos para discutir mais cortes nos vencimentos, reformas e pensões, numa guerra sem quartel contra os portugueses que foram ou são empregados do Estado. E também contra os outros, é claro, mas que vivem na ilusão de que os do Estado têm muitas regalias.
 Mas aproveitei este sol de Fevereiro para ir apanhar espargos. Eu sei que tu não sabes, dear Feicebuque, mas aqui perto do sítio onde moro, há um olival onde há espargos e eu sou um fã incondicional dos espargos com ovos e uns bocadinhos de linguiça, que lhe conferem um sabor muito agradável e alentejano. O Alentejo, infelizmente, onde nasceram Borges e Moedas, é a região mais deprimida de Portugal e até talvez da EU, mas claro que para ti, a situação do Alentejo e dos portugueses não tem qualquer interesse.
     Os bandeirinhas reuniram e decidiram que vão sacar aos portugueses aquela bagatela de 4 000 000 000 de euros. Medidas de terrorismo político e social, na palavra forte do meu amigo Jerónimo Carvalho de Sousa. E quem veio anunciar as malfeitorias? Um tal Moedas que, sem pestanejar, fala destas medidas infames como se de trocos se tratasse.
      Ísto está a pedir chuva.
     Boa noite.

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