quarta-feira, 20 de dezembro de 2017


A AMIZADE


                                                         William Adolphe-Bouguereau
                                                            Pintor francês (1825-1905)


20-12-2017 – A amizade, passe o truísmo, é o mais nobre dos sentimentos. Não sei, seguramente, falar da amizade como Thaar Bem Jalloun ou Frencesco Alberoni. Mas sou capaz de enunciar alguns princípios, alguns lugares-comuns, decerto, com que vou vivendo.

     Trabalhei num sector do Administração Pública onde, cada vez que ouvia falar de amizade, pensava nos interesses mais vis. Lembrava-me, então,  
daquele mandamento bíblico: “não invocar o santo nome de deus em vão”. Nunca encarei a amizade como uma troca de serviços.

     A amizade é um exercício de liberdade. Tem de ser desejada e pelas duas partes. A amizade, como dizia um bom amigo, ou um amigo bom, não pode ter um sentido único. Se não for recíproca, não há amizade nenhuma.

     Amizade é, fundamentalmente, gostar de estar e falar com, com mais ou menos assiduidade, mas nunca com ausências muito prolongadas; amizade é também solidariedade, ou seja, presença nas horas mais difíceis das nossas vidas; amizade é sentir alegria com os êxitos dos amigos e tristeza nos momentos infelizes.


     A amizade, passe o truísmo, é o mais nobre dos sentimentos. Às vezes até é o que permanece, quando o amor acaba. Mas aqui começa outra conversa. 

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