sábado, 13 de outubro de 2012

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Torres Vedras, 19 de Fevereiro de 1997 - António Gedeão, poeta de mensagem facilmente apreensível, pereceu ontem no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
     Nos próximos dias, os jornais, a rádio e a televisão, falarão com grande cópia do autor da “Pedra Filosofal”, que um baladeiro dos anos sessenta popularizou e trouxe ao convívio do grande público.
     Passado o luto, abater-se-á sobre este autor de mensagem fácil, um silêncio de chumbo. É que poetas como Gedeão, que o povo ouve e estima, são muito perigosos. E depois, poesia que não for essencialmente forma não merece o interesse dos nossos iluminados críticos e dos nossos inefáveis professores universitários.
     Que a ninguém pareça mal, mas não resisto a transcrever três versos de António Gedeão, que são a medida de uma incomensurável tolerância:

                                 Ajuda-me a esquecer as tuas faltas
                                 e a ignorar os teus crimes
                                 para melhor te amar.
                                            ( do poema “espelho de duas faces”)

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