quinta-feira, 4 de outubro de 2012


Santa Iria de Azóia, 4 de Outubro de 2012 – Conhecia-se, “a priori”, o destino das moções de censura apresentadas pelo BE e pelo PCP. A direita tem uma maioria absoluta e sabia-se que o governo não iria cair hoje.
     Porém, as duas moções tiveram o valioso condão de ajudar a fazer luz sobre as medidas anunciadas ontem por um dos regentes de serviço, ou seja, Víctor Gaspar. Medidas brutais de aumento do IRS, que, nalguns casos,  serão  superiores ao corte de um vencimento.
     No fundo, as medidas anunciadas visam de novo os mesmos, isto é, aqueles, que vivem do seu trabalho. Acrescentem-se à lista, que pode ser a mesma ou outra distinta, os proprietários de uma casa, que, agora avaliada nos termos do código do IMI, fará disparar o valor do imposto a pagar. São muitos sacrifícios e muitos males para um só ano.
     Este governo, e a maioria que o apoia, recorrem amiúde à chantagem do pagamento de salários e pensões para afirmarem que não há alternativa a esta política de direita. Pobre democracia a nossa que já nem pode ser a preto e branco. Mesmo numa redutora lógica binária – que não totalitária- há sempre dois caminhos possíveis. Neste momento, PSD e CDS comportam-se como partidos totalitários, o que compreendo bem, porque exercem o poder para proteger os interesses dos poderosos que sempre os apoiaram.
     Víctor Gaspar, o regente para a área das finanças, elogiou o povo português. De resto, com a mesma voz de veludo com que anunciou o “assalto” aos bolsos dos trabalhadores, pensionistas e reformados. Creio que o povo português, maioritariamente, há-de sentir este elogio como um insulto e há-de mandar este anunciador de desgraças pela borda fora. E quanto mais cedo melhor!

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