Santa Iria de Azóia, 9 de Fevereiro de 1997 -
Margarida Vieira Mendes, académica de prestígio, foi hoje a enterrar. Ou talvez
ontem. O DN de sábado(?), muito sucinto, anunciava a morte da Professora, na
sua residência, de cancro.
Conheci
a Professora Margarida na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde
ensinou, entre outras, a cadeira de Literatura Portuguesa II, incidindo o
estudo em autores como Gil Vicente (outro morto, Osório Mateus, dizia
simplesmente Vicente), Camões e António Vieira. Deste último, Margarida Vieira
Mendes era, indubitavelmente, um dos maiores especialistas.
Apesar
do seu imenso saber, Margarida não era uma boa comunicadora e repetia até à
exaustão a sua bengala “ os alunos perceberam? “. Tinha, todavia, uma qualidade única: consciente
da incientificidade das matérias que ensinava, classificava treze - catorze,
catorze - quinze, onze - doze. Não por insegurança, mas para não ser injusta.
Por esta e outras razões, guardarei para sempre uma grata recordação da
Professora Margarida.
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