Santa
Iria, 3 de Maio de 1994 - Mentiria se escrevesse, aqui e agora, que a morte não
me preocupa. Preocupa-me diariamente, e, sobretudo, porque os meus filhos
carecem de cuidados, de afecto e de pão. E aos quarenta e dois anos de idade,
não tenho pé-de-meia que lhes permita enfrentar a vida.
Não
temo a morte, porque sei da sua inevitabilidade desde pequenino. Não temo a
morte, porque não acredito num qualquer juízo final. Não temo a morte, porque
não tenho grandes coisas para fazer.
E
mesmo que tivesse, a terra não deixaria de girar à volta do sol.
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