Meu
Portugal coitadinho,
Onde
tanto se labuta,
Tudo
metes no cuzinho
De
certos filhos de puta.
Ergue
a cabeça e explode,
Como
naquele outro Abril
E
verás que quem te fode
Vai
de novo pró Brasil
Ou
outro sítio qualquer,
Com
a fortuna aumentada.
Até
te leva a mulher,
Deixando-te
cá sem nada.
Eu
amo este belo país,
Que
espera quem não vem.
Terra
de gente infeliz
De
olhar vago e sempre aquém.
Pouco
preza a liberdade.
Passa
séculos e anos
Muito
atido à caridade.
Um
povo quer-se viril
E
capaz de fazer frente
Aos
que por maroscas mil
O
querem triste e indigente.
Eu
sei que não fico bem
Em
tão severo retrato.
Azar.
Português também,
Não
mereço melhor trato.
in QUADRAS POPULARES - UMAS SIM, OUTRAS QUASE, FOLIO EXEMPLAR, LX,. 2012
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