Ó heróicas mães da Palestina, que rios de
lágrimas tendes vertido, acreditai-me: melhores dias virão! Acreditai, ó amigas
minhas, que nem o próprio dilúvio foi eterno como escreveu um dia o poeta
Bertolt Brecht.
Por favor acreditai que eterno não será
também o vosso sofrimento!
Neste tempo de cólera, de ódio sem fim, eu
temo, ó minhas irmãs, que até estas palavras que quero amáveis vos possam
magoar. Quem sou eu para vos aconselhar a acreditar? Quem melhor do que vós, ó
sublimes heroínas, tem dado lições inenarráveis de coragem e tenacidade?
Sim, sou desde há muito um vosso
companheiro de estrada – passe o lugar comum, que os algozes criticam -, que
quero um dia percorrer os caminho de Jericó e abraçar-vos em Lida, Belém,
Ramallah e Jerusalém.
E à porta de vossas casas, quero comer
tâmaras e laranjas e celebrar convosco a paz e a concórdia. Nesse dia, ó minhas
irmãs, guardai, guardai para mim, laranjas de Jafa!
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