Para
o Manuel Vaz
Com palavras constroem verdadeiros
monumentos: precários, às vezes; às vezes, teimosamente resistentes. Alguns
chegam até nós, vindos do fundo do tempo, frescos e incorruptíveis; outros,
igualmente frescos, trazem a pequena mossa da corrupção em notas de rodapé.
Todos esses monumentos – de que os poetas
são arquitectos e pedreiros, engenheiros, pintores, carpinteiros -, se falar
pudessem, dariam conta de inumeráveis batalhas ganhas com galhardia e
perseverança, desde o surgir da pura ideia até ao assentamento da última pedra.
Acreditai-me, ó gentes profanas!, que não
é fácil recriar permanentemente o mundo com as humílimas palavras, para vo-lo
servir pleno de harmonia em esplendorosas
bandejas de oiro.
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