FILIPA BARATA
Procuram-me às vezes
Nestes dias de céu coado
E luz dura
Vozes de outrora
Vindas nem sei de onde
Ululam por aí,
Pelo jardim deserto com plantas cadavéricas
Riem baixinho
Saltam
Escondo-me por vezes
Mas logo me descobrem nos recantos sombrios
Da casa sem paredes
Creio que são fantasmas – serão bons?
Mas não é de mim que saem
São deste lugar sem nome
Habitam por aqui
Entre ruínas
E mãos decepadas
Circulam por teias emaranhadas
Sempre na mesma teia
Que os prende
E estrangula
28.02.07
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