AI, ESTE TERRÍVEL NÓ NA GARGANTA
Edvard Munch (1863-1944)
Ai,
este terrível nó na garganta!...
Este
nó que silencia o espanto e o grito
E
me impede de te falar, amor,
Dos
dias de sol, da ternura e da alegria.
É
um nó infame este nó, que me rouba,
Quotidianamente,
o sentido da vida.
Este
ostensivo e miserável nó, amada,
Sufoca-me,
estrangula-me, mata-me!
Eu
queria libertar-me deste sórdido nó,
Mais
eficaz do que todos os muros,
Que
obscenamente nos devolvem
O
eco dos nossos gritos e do nosso espanto.
Eu
queria muito, eu queria tanto, amiga,
Aquela
voz antiga, livre e límpida!
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