NÃO TE POSSO ASSEGURAR
Não te posso assegurar
Que tudo volte a ser bom.
Já deixei de ter certezas;
Já não posso ter certezas;
Apendi a não ter certezas.
Poderemos sempre ouvir
O rumorejar das ondas,
Num paredão, junto ao mar;
Tomar ‘ma calma cerveja
Noutro sítio qualquer;
Ou, ainda, contemplar,
Do alto de uma falésia
E antes de a noite chegar,
Das alvas ondas a espuma
E lembrar dias felizes.
Talvez possamos ficar
Calados e de mãos dadas,
Até ao alvorecer,
Pra de novo contemplarmos
As alvas ondas e o mar.
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