A AMIZADE
William Adolphe-Bouguereau
Pintor francês (1825-1905)
Pintor francês (1825-1905)
20-12-2017 – A
amizade, passe o truísmo, é o mais nobre dos sentimentos. Não sei, seguramente,
falar da amizade como Thaar Bem Jalloun ou Frencesco Alberoni. Mas sou capaz de
enunciar alguns princípios, alguns lugares-comuns, decerto, com que vou vivendo.
Trabalhei num sector do Administração
Pública onde, cada vez que ouvia falar de amizade, pensava nos interesses mais
vis. Lembrava-me, então,
daquele
mandamento bíblico: “não invocar o santo nome de deus em vão”. Nunca encarei a
amizade como uma troca de serviços.
A amizade é um exercício de liberdade. Tem
de ser desejada e pelas duas partes. A amizade, como dizia um bom amigo, ou um
amigo bom, não pode ter um sentido único. Se não for recíproca, não há amizade
nenhuma.
Amizade é, fundamentalmente, gostar de
estar e falar com, com mais ou menos assiduidade, mas nunca com ausências muito
prolongadas; amizade é também solidariedade, ou seja, presença nas horas mais
difíceis das nossas vidas; amizade é sentir alegria com os êxitos dos amigos e
tristeza nos momentos infelizes.
A amizade, passe o truísmo, é o mais nobre
dos sentimentos. Às vezes até é o que permanece, quando o amor acaba. Mas aqui
começa outra conversa.
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