15.12.2017
– De há muitos anos a esta parte, a direita compraz-se a entalar o PS com
escândalos e mais escândalos. Sim, escândalos, por muito que Carlos César diga
que se trata de episódios laterais à governação. Dir-se-ia que que não há
festança onde não esteja a Constança.
Mas quer-me parecer, no entanto, que o PS –
sejam lá as razões quais forem -, tem medo de denunciar as malfeitorias levadas
a cabo pelo PPD-PSD, nomeadamente, que forneceu sempre gestores públicos em
abundância, deixando criar a ideia de que só aquele partido tinha e/ ou tem
quadros competentes. Era bom lembrar e repetir até à exaustão a Marcelo e
Santana Lopes, que foi o PPD-PSD o alfouvre de onde saíram Oliveira e Costa,
Arlindo de Carvalho, Duarte Lima, Isaltino de Morais e outos, que a lista
poderia ser exaustivamente aumentada. Ainda recentemente veio à tona o caso da
TECNOFORMA, mas sobre o caso fez-se um silêncio doentio. Então aqui não há
gente de direita - e da justiça e de outras magistraturas- que deva dar
explicações e /ou pedi-las?
A separação de poderes, tão convenientemente
lembrada em certos momentos da vida nacional, é uma treta. Serve para o que
serve e serve normalmente a gente de direita. Mas parece que a esquerda tem
medo de confrontar a justiça com as suas doenças mais ou menos endémicas,
mormente no que concerne à morosidade e a outro tipo de comportamentos. Às
vezes, até parece que todos têm rabos-de-palha. Todos!, incluindo o PCP e o
Bloco de Esquerda.
Em democracia não deverá haver tabus e
tudo deverá ser transparente. Se assim não for, estaremos perante um simulacro
de democracia.
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