FERIDA
Com David
Mourão-Ferreira na memória
Ah,
dói tanto esta ferida
Que
trago no coração.
É
por te não ver, querida,
Que
não tenho outra razão.
Preciso
de te falar,
De
te abrir o coração.
Não
posso já abafar
A
minha inquietação.
Tenho
o veleiro ancorado
E
sinto forte a aragem.
Vem
amor tão desejado
Para
esta nova viagem.
Vamos
sulcar largos mares
À
aventura e sem medo.
Quero
mostrar-te lugares,
Contar-te
um velho segredo.
Vem!
Vamos neste veleiro,
Hoje,
já, sem rota certa.
Vem
meu amor feiticeiro
A
porta está sempre aberta.
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